Demóstenes Torres é humilhado na CPI do Cachoeira; "O sr.
não vai para o céu, que não é lugar de mentiroso", atacou deputado
Silvio Costa; Pedro Taques fez questão de ordem e Vital do Rêgo encerrou
sessão; depois de falar por cinco horas no Conselho de Ética, Torres
arguiu direito de ficar calado; medrou?
Foto: Folhapress |
247 - O senador Demóstenes Torres (sem
partido-GO) deu um passo decisivo para sua cassação no Senado, na manhã
desta quinta-feira. Ao ir depor à CPI do caso Cachoeira, disse que, por
orientação de seus advogados, ficaria calado. Mas para que serve um
parlamento? Essencialmente para que os deputados e senadores falem,
debatam e exponham suas visões. Diante do absurdo, o deputado Luiz
Pitiman (PMDB-DF) deu uma lição de moral ao senador goiano. "Se o
senhor, no parlamento brasileiro, não tem nada a falar, eu é que não
tenho nada a perguntar", disse Pitiman, antes de pedir licença ao
presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-DF). Depois de
intenso bate-boca, ele foi liberado e a sessão, suspensa.
Demóstenes apresentou uma defesa de cerca de cinco horas no Conselho de Ética do Senado na última terça-feira. Por isso a atitude de ficar calado na CPI revoltou os presentes. Depois de Pitiman, o deputado Silvio Costa (PTB-PE) tomou a palavra e humilhou Demóstenes. Aos gritos, o petebista o chamou de "ex futuro senador", além de "mentiroso e hipócrita". "O senhor passou cinco horas no Conselho de Ética e não conseguiu se explicar. Mas, aqui, com cinco minutos, o senhor explicou tudo. O seu silêncio é a mais perfeita tradução da sua culpa", ressaltou o deputado. "O senhor apelou para Deus, se disse carola, mas o senhor não vai para o céu porque o céu não é lugar para mentiroso, não é lugar de gente hipócrita", completou, se dirigindo a Demóstenes.
Diante da exaltação dos parlamentares, o senador Pedro Taques
(PDT-MT) reagiu: "Todos aqui, enquanto parlamentares, devem obedecer à
Constituição Federal, que afirma que o cidadão, seja lá quem for, merece
respeito. Fui procurador da República por mais de 15 anos e tenho a
convicção de que um parlamentar não pode tratar quem quer que seja com
indignidade", argumentou Pedro Taques. A defesa feita por Pedro Taques
fez com que Sílvio Costa se voltasse contra ele. Em meio ao tumulto, o
presidente da comissão, Vital do Rêgo, encerrou a sessão, que durou
pouco mais de 10 minutos.
Com informações da Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Moderado.