Nota da UNE em defesa da educação e da universidade Brasileira
Todo apoio à luta dos professores e técnico-administrativos das IFES!
Por um PNE com 10% do PIB e 50% dos royalties e do Pré-Sal pra Educação!
Por um PNE com 10% do PIB e 50% dos royalties e do Pré-Sal pra Educação!
A
União Nacional dos Estudantes, em reunião de sua diretoria executiva,
dirige-se a toda a sociedade para expressar o seu total apoio e
solidariedade à greve dos professores e ao indicativo de greve dos
técnico-administrativos das universidades federais brasileiras e
reafirmar a defesa de uma reforma universitária democrática que
transforme substancialmente o ensino superior de nosso país. Neste
momento de acirramento das lutas na universidade, na qual os estudantes
têm empreendido um constante processo de mobilizações, enxergamos no
movimento conjunto da comunidade acadêmica a possibilidade de vitórias
para os estudantes, para toda a universidade e para todo o Brasil.
Vivemos
dias decisivos para a educação em nosso país. As discussões sobre o
Plano Nacional de Educação trazem a possibilidade de dialogar sobre o
projeto de universidade que queremos para o Brasil. Esse momento de
efervescência nas universidades federais tem a marca das mudanças
vividas nos últimos anos, que possibilitaram o início de um processo de
ampliação no acesso ao ensino superior público, fazendo com que nele
comecem a ingressar os filhos da classe trabalhadora, a quem
historicamente foi negado o direito de obter um diploma de ensino
superior. Esta nova realidade traz novos desafios para a universidade
brasileira, que precisa se ampliar cada vez mais, com eficiência e
garantia de qualidade, para que possa se conectar com os desafios de
nossa nação.
Consideramos,
assim, imprescindível a implementação do novo plano de carreira
reivindicado pelos professores e pelos técnico-administrativos, como
forma de afirmar seus direitos e, ao mesmo tempo, assegurar a qualidade
do ensino superior público em todo o país. É legítima a reivindicação de
que o governo cumpra o acordo firmado com a categoria no ano de 2011.
As dificuldades vividas pelos professores, técnico-administrativos e
estudantes da rede federal trazem prejuízos não somente ao conjunto da
comunidade acadêmica, mas, num olhar mais amplo, a todo o povo
brasileiro, que não desfruta de uma universidade pública que forme
profissionais em condições de excelência e produza conhecimento voltado
para a solução dos grandes problemas nacionais, como combate à miséria,
erradicação do analfabetismo, melhores condições de trabalho e tantos
outros.
Infelizmente,
os cortes de quase 5 bilhões no orçamento da educação nos últimos dois
anos jogam contra o projeto de universidade que a UNE defende. As
conseqüências desta nefasta política econômica, que no ano passado
destinou 49% do orçamento da União para o pagamento de juros e menos de
5% do seu Produto Interno Bruto para a educação foram responsáveis por
estrangular problemas históricos da educação brasileira. O resultado
desta política, imposta ao país pelos banqueiros, traz limitações ao
processo de expansão da universidade, gerando obras paralisadas, filas
gigantes nos restaurantes universitários, congelamento na contratação de
professores e investimento incipiente em pesquisa e extensão. Estes
problemas decorrem da histórica lógica de “universidade para poucos”,
que perdurou no nosso país por mais de um século e impediu que a
instituição se preparasse para receber os jovens das classes populares.
Para superar essas dificuldades, é fundamental ampliar substancialmente o
financiamento da educação e, além disto, discutir a que projeto de país
deve servir a universidade: de um lado um modelo elitista, que preserva
as contradições históricas de nossa sociedade; de outro, uma
universidade popular, pintada de todas as cores e com os olhos voltados
para o desenvolvimento da nação.
Neste
momento, a UNE reforça a defesa de uma Reforma Universitária
democrática que possibilite posicionar a universidade como um centro
produtor e difusor de conhecimento para toda a sociedade. Defendemos a
ampliação imediata dos investimentos em assistência estudantil para 1,5
bilhão de reais, contratação de sete mil novos professores e servidores
técnico-administrativos, um plano emergencial para conclusão das obras
de infra-estrutura nas universidades e gestão democrática com paridade
nas eleições para reitoria e órgãos de decisão. No bojo das discussões
do novo Plano Nacional de Educação, reafirmamos que este é momento de
ampliação de direitos, com a destinação de 10% do PIB e 50% dos
royalties e do Fundo Social do Pré-Sal para a educação.
Compreendemos,
assim, que o momento é de mobilização e unidade entre as categorias. É
com este espírito que os estudantes vêm promovendo greves e assembléias
estudantis em dezenas de instituições federais de ensino superior com
bandeiras que se solidarizam com a causa dos professores e
técnico-administrativos e contribuam para a permanência qualificada do
estudante na vida acadêmica.
Assim,
conclamamos os estudantes de todo o país a se mobilizarem por uma
universidade pública, gratuita e de qualidade, com assembléias,
passeatas, aulas públicas, abaixo-assinados e atos que contribuam para o
fortalecimento do debate sobre o projeto de ensino superior que
sonhamos. Convocamos todos e todas ao 60o Conselho Nacional de Entidades
Gerais da UNE, que acontecerá no Rio de Janeiro de 15 a 17 de Junho, e
será um grande espaço de diálogos e mobilizações em defesa das
universidades federais brasileiras. Apoiar este movimento é somar forças
para a real mudança do ensino superior, garantindo mais mentes e
projetos a serviço do desenvolvimento econômico, social e humano do
país. Esta causa é de todos, estudantes e trabalhadores de todo o
Brasil.
Por
isso, referendemos a seguinte agenda de mobilizações: 1. Todos ao 60o
Conselho Nacional de Entidades Gerais da UNE! 2. Constituição de um
Comando Nacional de Luta Estudantil; 3. Integrar-se a todas as
atividades do comando de greve dos docentes e das discussões do
indicativo de greve dos servidores técnico-administrativos; 4.
Participar do ato dos docentes e servidores dia 5 de Junho, em Brasília,
em defesa das greves e mobilizações das universidades federais; 5.
Fazer do dia 11 de Junho o Dia Nacional da Luta pela Educação de
Qualidade e seguir nas mobilizações no dia 12 e 13 de Junho pela
aprovação de um Plano Nacional de Educação democrático que garanta 10%
do PIB e 50% dos royalties e Fundo Social do Pré-Sal para educação.
São Paulo, 31 de Maio de 2012
Diretoria Executiva da União Nacional dos Estudantes.
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